Faltando exatos 7 dias para o meu retorno ao trabalho eu faço uma avaliação desses sentimentos que são tão adversos para todas as mães que vivem esse momento.
Eu já senti culpa, medo, alegria, ansiedade, empolgação, saudade... isso porquê eu ainda nem vivi o momento. No começo da gravidez, ou ainda quando eu sonhava com essa vida, eu pensei - deve ser fantástico ter a oportunidade de dedicar a vida apenas a maternidade, ver cada instante de desenvolvimento do seu filho, poder estar com ele às 10h30 de uma quarta-feira na pracinha ou na praia, estar disponível para levá-lo ao futebol, ballet, karatê, inglês ou aula de violão, deve ser uma delícia.
Li centenas de declarações de mães na internet esbanjando a alegria dessa oportunidade, inclusive muitas continuam com algum tipo de vida profissional como blogueiras, artesãs dos infinitos e diversos serviços de cunho infantil, totalmente moldadas à sua profissão prioritária: ser mãe. Que lindo! Claro que durante esses 6 meses ausente do meu trabalho (1 de afastamento e 5 de licença maternidade) eu busquei oportunidades como essa de ser mãe e ter uma renda autônoma, mas não foi possível, ou na verdade... EU NÃO QUIS.
Veio a culpa - será que estou errada em querer ser aquela mãe que trabalha fora? Pois eu comecei a sentir saudades do meu trabalho, de estar fora de casa, de voltar a viver outras experiências além da maternidade. Junto disso, a culpa de talvez perder a primeira palavra, o primeiro dia de aula, alguma reunião na escola...
P O L Ê M I C A ! ! ! !
A reflexão a seguir não é uma crítica de rejeição, ou afim de determinar o que é certo e errado enquanto atitude, é apenas o que foi refletido por mim e a minha escolha de vida.
Depois de ler as declarações que citei acima, eu ficava me imaginando no lugar delas, me perguntando se isso me traria real satisfação, pesando prós e contras e a pergunta que mais me pesou foi - e a longo prazo, como vai ser? E quando meu filho for independente de mim? Eu vou ser dependente de cuidar da vida dele?
Daí eu fui buscar referências nas mães que eu conheço e hoje já tem seus filhos independentes, casados, etc, quais sentimentos têm aquelas que se dedicaram exclusivamente à maternidade? E as que sempre trabalharam fora? Para o meu gosto de vida, com uma boa dose de equilíbrio entre família e trabalho, as que trabalharam (ou ainda trabalham) fora me passam mais satisfação com a vida que levaram/ levam.
Então as que se dedicaram à maternidade se arrependeram? Duvido! Ninguém se arrepende de ser mãe e de estar perto do seu filho, mas se arrependeu de deixar seus outros papeis sociais de lado, e agora que seu filho já "não precisa" mais, elas se veem sem utilidade. Sabemos que nunca é tarde para recomeçar, mas também sabemos o quanto isso é difícil. E aí? O que faria? Nem pensar em viver a vida do filho/a, se meter na vida da nora/ genro, querer educar o/a neto/a no lugar dos pais... imagina... pois isso só acontece com as mulheres australianas... as brasileiras jamais agiriam assim. :)
Resolvi continuar desenvolvendo todos os meus papeis sociais, com o maior equilíbrio possível: esposa, mãe, estudante, profissional, amiga, filha e futura sogra e vó, daquelas bem sacudidas e cheia de histórias para contar. Ah! Faltou o mais difícil papel... dona de casa, eu que ainda sou mãe de duas mocinhas fofas, peludas, de 4 patas (a gata Jolie e a cadela Safira), estou sofrendo com a quantidade de pelos que elas estão soltando nesse verão, mas tudo se ajeitará e casa será limpa, sempre que possível, afinal... o pó pode esperar, momentos com minha família não!
Ufa! E seja o que Deus quiser! Beijos.
Excelente texto... mesmo não sendo Mãe, adorei!
ResponderExcluirExcelente texto... mesmo não sendo Mãe, adorei!
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